Está cada vez mais claro o impacto da saúde mental no âmbito profissional. Maiores índices de acidentes, rotatividade de colaboradores, absenteísmo, violência, assédio e baixo engajamento são consequências nefastas da negligência com essa questão. Corporações atentas e responsáveis entendem hoje que prestar o devido cuidado a seus colaboradores, ter uma postura aberta e ativa diante dos problemas, traz melhorias em praticamente todas as esferas de trabalho. Tratemos aqui das principais estatísticas inerentes ao tema:
1 em cada 5 adultos sofrerão de algum transtorno da saúde mental em determinado ponto de suas vidas;
Ansiedade, depressão, abuso de substâncias, insônia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são as doenças mais prevalentes. No Brasil, estima-se que 18,6 milhões de pessoas sofram de ansiedade;
A maior parte dos atingidos está dentro da população economicamente ativa. Em nosso país, no ano de 2022, houve mais de 200.000 afastamentos laborais motivados diretamente por transtornos mentais;
A depressão é tida como a principal causa de incapacitação no mundo. O presenteísmo, a baixa produtividade em virtude de questões físicas ou mentais, é um legítimo iceberg. Estima-se que cerca de 11,5 dias de trabalho sejam perdidos para a depressão a cada 3 meses de doença sem tratamento;
A despeito dos benefícios amplamente comprovados, 50 a 60% dos adultos com transtornos psiquiátricos não terão acesso a tratamento adequado. Esse fenômeno ocorre por diversos motivos, alguns deles relacionados ao ambiente de trabalho, vejamos os principais:
I. Dificuldade de acesso ou desconhecimento a respeito da rede de apoio disponível;
II. Temor de ter de utilizar medicações psicotrópicas;
III. Receio do que seus familiares, amigos e colegas de trabalho pensarão a respeito;
IV. Preocupações com a confidencialidade da questão.
Daqui já se observa uma combinação perigosa para qualquer companhia: taxas elevadíssimas de prevalência, estigma e custos. Não é à toa que programas bem estruturados de cuidado em saúde mental tragam tamanho retorno àqueles que os implementam, com ROI (return over investment) estimado de 4 a 6 dólares para cada 1 investido. Quando se trata de saúde mental, ficar de braços cruzados pode sair realmente muito caro.
E não se trata apenas de dados e dólares, trata-se sobretudo de vidas que são seriamente prejudicadas por problemas demasiado compreendidos e pouquíssimo abordados na prática. Cabe às instituições cumprirem seu papel social de zelar por seus ativos mais preciosos, as pessoas que se dedicam a elas.

